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segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Crise da Dívida Externa de um país


Diz-se que um país está em crise da dívida quando este já não mais consegue
pagar o serviço de dívida que vence em cada período, o que leva a que os
juros não pagos sejam acumulados ao stock, aumentando assim as
responsabilidades sobre o exterior, não apenas por causa da contratação de
novos empréstimos mas também pelos juros que vão sendo capitalizados.
Na reunião realizada em 2001, na sede das Nações Unidas, o Secretário Geral
daquela organização referia na sua intervenção que o aumento do peso da
dívida africana decorre sobretudo da redução da assistência externa na forma
de donativos, facto que condicionou a que os países africanos tivessem que
recorrer em massa ao financiamento externo para garantirem a implementação
dos seus projectos de desenvolvimento sócio económico. Adicionalmente,
aquele governante apontou a queda dos termos de troca como sendo um dos
factores principais da crise que os países africanos hoje atravessam (Navalha
2002:3).
O facto dos países africanos terem optado por contrair financiamento externo
com o objectivo fundamental de financiar projectos ambiciosos desenhados
pelos seus Governos, visando promover o seu rápido crescimento económico,
tendo havido resposta imediata por parte de vários credores é igualmente
apontado como sendo uma das razões do rápido aumento do endividamento
daqueles países (Navalha 2002:3).Ainda segundo Navalha 2002, a crise da dívida é em parte reflexo de políticas
imprudentes de empréstimos aos países devedores por parte de vários
credores, bem como as condições macroeconómicas mundiais desfavoráveis
que expuseram a vulnerabilidade dos países devedores.
As razões que podem levar um país a enfrentar uma crise de dívida são várias
e diferem de país para país, porém, é possível agrupá-las de seguinte modo:
i) Causas internas:
a) adopção de políticas ineficientes de gestão macroeconómica que geravam
elevados défices orçamentais;
b) prática de taxas de câmbios desajustadas, na sua maioria sobrevalorizadas;
c) manutenção de elevados níveis de importações,
d) políticas de subsídios governamentais; e,
e) contracção de empréstimos para o financiamento de projectos ambiciosos
e improdutivos a taxas de juro comercias.
ii) Causas externas:
a) Aumento dos preços do petróleo nos anos 1970;
b) Aumento das taxas de juro reais no mercado internacional; e,
c) deterioração dos termos de troca e consequente queda das receitas de
exportação1.
Até os primórdios dos anos 90, as dificuldades de pagamento do serviço da
dívida dos países da África Subsahariana vinha merecendo uma atenção
relativamente menor, já que o peso desta na dívida total dos países em
desenvolvimento era de aproximadamente 10%, não constituindo por isso,
ameaça ao sistema bancário internacional, até porque as instituições financeiras
privadas centravam a sua atenção em alguns países de rendimento médio (Brasil,
Argentina e Colômbia).

imagem pertence a PIXABAY

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