Perante o direito de comunicação e de investigação
reconhecidos a terceiros, nomeadamente à administração fiscal, a contabilidade financeira, para que possa funcionar
como meio de prova e de
informação
para o exterior, está submetida a determinados imperativos de ordem técnica,
juridica e fiscal, os quais implicam limitações de fundo (problemas das avaliações, por exemplo) e de forma
(as operações elementares são
objecto duma revelação sistemática, no quadro rígido da movimentação digráfica
das contas).
A contabilidade de gestão, não estando sujeita
a quaisquer imposições externas e gozando
de certa autonomia em relação
à contabilidade geral
(maior ou menor,
consoante o sistema
de articulação adoptado, como veremos), pode desenvolver-se total ou parcialmente, fora do quadro
da digrafia, através
de mapas ou quadros, especialmente quadros de dupla entrada,
os quais oferecem duas vantagens notáveis: podem ser lidos e compreendidos por pessoas sem grande preparação contabilística e podem ser directamente elaborados por computadores, aproveitando-se toda a sua extraordinária capacidade de análise.
A possibilidade de revelações
não sistemáticas e
a relativa autonomia da contabilidade de gestão
concedem-lhe
a flexibilidade necessária e suficiente para proceder as classificações múltiplas, reduzir os
períodos de análise (mensualizando custos e resultados), trabalhar simultaneamente com custos reais e
custos teóricos e passar da contabilidade histórica à contabilidade orçamental, meta final do planeamento e controlo.
Assim, enquanto o esquema de
contas da contabilidade financeira, apresentado nos planos oficiais de
contabilidade, tem um carácter rígido
e obrigatório para a maior
parte das empresas
nacionais, o esquema das contas analíticas de
exploração apresenta apenas uma símples sugestão, podendo, salvo raras
excepções, ditadas pelo interesse geral,
ser substituído por qualquer outro
esquema que melhor
se adapte à estrutura da
empresa e às suas necessidades.
Em suma, a contabilidade analítica pode ser organizada em função das necessidades específicas de cada empresa e deve fornecer, em tempo oportuno,
as informações indispensáveis aos diversos níveis de
direcção, evidenciando as respectivas
responsabilidades. (João Manuel
Esteves Pereira – Contabilidade Analítica Tomo III: Cap i)
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